O contrário de fluidez é estático, algo que não se move.

🏳️‍🌈Hoje, 23 de setembro, é dia da visibilidade bissexual e gostaria de compartilhar com vocês um pouquinho sobre meu trabalho de conclusão de curso, o qual teve como temática: “LIBERDADE PARA DESEJAR: vivências e significados do processo de construção identitária de jovens bissexuais no interior de Minas Gerais”.

Há cerca de um ano atrás Agenor, Angelina, Aurora, Joana, Léo, Pietro e Sofia (nomes fictícios) me deram a honra de escutar um pouquinho de suas histórias. Essa escuta resultou num lindo estudo, o qual me orgulho muito de ter construído e de ter tido a participação de pessoas tão queridas.

🔒A sociedade ocidental tem um modo de pensar estruturado numa visão binária, ou seja, “você deve ser isso ou aquilo” e “gostar de um ou de outro ”, limitando o espaço para as possibilidades de ser e sentir. No sentido da manifestação da sexualidade, é como estar preso dentro de uma caixinha com apenas duas escolhas “ser heterossexual ou homossexual”.

Muitas vezes ocorre a categorização das pessoas bissexuais como indecisas, promíscuas, incompletas ou como se estivessem passando por uma “fase”. Esses esteriótipos e sentimentos negativos direcionados à vivências não-heterossexuais contribuem para a internalização de LGBTQIAPN+fobia e para a repressão dos próprios sentimentos, o que pode dificultar o reconhecimento dos sujeitos com a sua orientação sexual.

🔓Mas essa não é a única história possível. É a história contada a partir de um lugar de poder sobre a realidade de pessoas minorizadas.

Entender os significados que os próprios sujeitos que vivenciam essa orientação sexual atribuem às suas vivências é uma maneira de subverter a estigmatização em torno dessa identidade e contribuir para a visibilidade bissexual.

Ao escutar os significados que as pessoas atribuem às suas próprias histórias, é importante sim reconhecer as dificuldades no caminho, mas jamais resumir uma identidade a dor. Há múltiplas possibilidades em ser quem se é e vivenciar seus desejos.

🖌️ E como é poético construir a própria maneira de estar no mundo.

Veja o post completo em @seraquesara.

Sara Padua - Psicóloga

CRP-04/76849